7 de setembro de 2015

Crónica da solidariedade moderna


Calminha aí, muita calminha. Refugiados há muitos. E primeiro temos que tratar dos nossos. Quantos pobres não há para aí, sem que ninguém lhes dê uma sopa ou uma manta? Devem achar que os nossos pobres são menos que os outros, não? Ainda no outro dia vi uns quantos ali para os lados de Santa Apolónia. Meteram-me tanta pena, coitados. Estava a passar no carro e sentia-se bem o fedor. Aliás, quando depois fui beber uns gins naquele sítio novo ainda tinha o cheiro entranhado, o que foi muito chato. Alguém devia fazer alguma coisa por esses desgraçados. Eu tenho pouco tempo, sabem como é que é, casa-trabalho-casa. Mas estou sempre pronto para aderir a todas as causas e petições no Facebook e em todo o lado. E isso é que interessa mesmo. Quando as páginas de ajuda têm muita notoriedade, isso quer dizer que estamos todos a fazer muita força para ajudar. Se todos fizermos força, as coisas acontecem. Voltando aos refugiados. Sinceramente, eu acho que isto é muito estranho. Então agora é que aparecem pessoas e crianças mortas? Porque é que nunca ninguém fez nada antes? Andam todos a morrer que nem tordos e só agora é que sabem? Aqui há coisa. E eu sei muito bem que coisa é. Isto é mas é uma maneira dos terroristas virem todos para cá. Arranjam uns quantos mortos e tal e depois vêm aos magotes e lá no meio, vai-se a ver, vêm umas quantas bombas. Não me façam falar. Mas eu acho que isto das fotos e tal é mas é um plano para abrirem as fronteiras todas a toda a gente. Deviam era lá ficar com a gente deles, nas Arábias e nos Catares, que lá é que essa malta está bem, a explodirem-se uns aos outros. E ainda dizem que aquilo é malta qualificada e doutores e engenheiros. É simples: se são assim tão qualificados tinham emprego no país deles, que aquilo está em ruínas e de certeza que é preciso gente para trabalhar. Pobres só os nossos. Que são nossos e são de estimação. E eu calhando da próxima vez que passe em Santa Apolónia até lhes ofereço um gin. Palavra.

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