5 de outubro de 2015

Faça o favor de sair

As eleições gregas do próximo domingo serão as quintas eleições legislativas gregas nos últimos seis anos. Tantas eleições só podiam andar a par com os programas de resgate gregos: três nos últimos cinco anos. Para Portugal, não deixa de ser surpreendente que, em plena campanha eleitoral, seja um assunto a passar despercebido. A razão é simples: Portugal não é nem nunca foi a Grécia. A história, a sociedade e a cultura são outras. Além disso, há uma tradição portuguesa de cooperação com a Europa (e não de afrontamento à moda de Tsipras) que acaba por ser seguida por todos os governos. É por isso que colagens do PS ao Syriza não funcionam. Numa análise europeia, segundo as sondagens, pode não haver uma maioria estável, colocando em risco o terceiro resgate e levando a novas eleições e a novas cimeiras europeias, e assim sucessivamente. O que leva sempre à mesma questão: saber se estes resgates-Sísifo não passam de um mal disfarçado convite à saída da Grécia do euro. 

Diário Económico de 18 de setembro de 2015

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